A abordagem neoclássica da administração ou teoria neoclássica da administração surgiu como uma resposta ao declínio do pensamento clássico na década de 1950.
De forma resumida a abordagem neoclássica da administração enfatiza a importância das pessoas, flexibilidade organizacional e adaptação às circunstâncias. Amplia as funções gerenciais e reconhece a comunicação como essencial, seguindo uma abordagem contingencial.
Ela se concentra em tornar as organizações mais eficientes e eficazes. Além disso, diferencia-se das outras abordagens da administração, trabalhando com princípios universais aplicáveis a todos os tipos de organizações.
Neste artigo, discutiremos alguns dos principais aspectos da abordagem neoclássica e seus principais autores e teorias.
Características e Princípios da Abordagem Neoclássica da Administração
A abordagem neoclássica da administração, surgida na década de 1950, destaca-se por enfatizar a importância das pessoas nas organizações, ser aplicável a diversos tipos de organizações, buscar eficiência, adotar uma abordagem integradora e focar na administração geral.
Seus princípios incluem a busca por eficácia e eficiência, flexibilidade organizacional, hierarquia clara, unidade de comando, amplitude administrativa adequada, e a promoção de funções administrativas essenciais como planejamento, organização, direção e controle.
Essa abordagem representa uma evolução da teoria clássica, visando adaptar-se às demandas contemporâneas e às complexidades das organizações modernas.
Teoria Neoclássica e Peter Drucker
Peter Drucker foi um renomado escritor, professor, consultor e pensador no campo da administração e economia. Ele nasceu em 1909 em Viena, Áustria, e faleceu em 2005 nos Estados Unidos.
Drucker é amplamente considerado o pai da administração moderna e foi uma figura seminal no desenvolvimento do pensamento gerencial.
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Contextualização Histórica da Abordagem Neoclássica
A transição do pensamento clássico para a abordagem neoclássica foi gradual e durou algumas décadas.
As mudanças sociais e tecnológicas na época refletiram-se nas teorias administrativas mais modernas e flexíveis.
A abordagem neoclássica foi moldada por uma economia em rápida mudança, bem como pelas teorias e estruturas do governo corporativo.
Ao longo do século XIX, a Revolução Industrial mudou drasticamente a economia global. A produção em massa e a tecnologia avançada permitiram que as empresas crescessem rapidamente e aumentassem sua eficiência.
No entanto, essa mudança também criou desafios para os gerentes, que precisavam lidar com uma força de trabalho maior e mais diversificada. A abordagem clássica foi desenvolvida como uma resposta a esses desafios, enfatizando a eficiência e a padronização.
No entanto, à medida que a economia continuava a evoluir no século XX, surgiu a necessidade de uma abordagem mais flexível e adaptável.
A abordagem neoclássica surgiu como uma resposta a essa necessidade, enfatizando a importância das pessoas e das relações humanas no local de trabalho.
Essa abordagem reconheceu que os trabalhadores não eram apenas “fatores de modelos de produção“, mas seres humanos complexos com necessidades e desejos próprios.
A Transição do Pensamento Clássico para o Neoclássico
O raciocínio neoclássico surgiu em parte como resposta ao pensamento científico da era industrial anterior. A “nova” administração reconhece a complexidade dos negócios modernos e busca uma abordagem mais humanista.
O foco passou do controle físico para o controle de pessoas emocionais, mentais e humanas.
A transição do pensamento clássico para o neoclássico não foi fácil. Muitos gerentes e teóricos da administração resistiram a essa mudança, argumentando que a abordagem clássica era mais eficiente e confiável.
No entanto, à medida que a economia continuava a evoluir, tornou-se cada vez mais claro que a abordagem neoclássica era necessária para atender às demandas de uma força de trabalho cada vez mais diversificada e complexa.
Principais influências e contribuições
A abordagem neoclássica tem muitas influências importantes, incluindo os trabalhos de Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol e Mary Parker Follett.
Fayol foi responsável pela criação dos quinze princípios básicos de gerenciamento, enquanto Taylor desenvolveu a administração científica e Follett enfatizou o poder das relações humanas no local de trabalho.
Outra influência importante na abordagem neoclássica foi a teoria da hierarquia das necessidades de Abraham Maslow.
Essa teoria sugere que as pessoas têm uma série de necessidades diferentes, que precisam ser atendidas para que sejam motivadas e produtivas no trabalho.
A abordagem neoclássica levou essa teoria em consideração, enfatizando a importância de satisfazer as necessidades dos trabalhadores para aumentar a eficiência e a produtividade.
Em resumo, a abordagem neoclássica foi uma resposta necessária às mudanças sociais e econômicas da época.
Ao enfatizar a importância das pessoas e das relações humanas no local de trabalho, essa abordagem ajudou a criar um ambiente de trabalho mais humano e produtivo.
Características da Abordagem Neoclássica
Algumas das principais características da abordagem neoclássica incluem ênfase na eficiência e eficácia, descentralização e delegação de autoridade e a importância do planejamento e do controle.
Ênfase na eficiência e eficácia
A abordagem neoclássica reconhece a necessidade de organizações efetivas e eficientes. A eficácia é a capacidade de alcançar objetivos definidos, enquanto a eficiência é a capacidade de alcançar esses objetivos com o menor custo de recursos.
A abordagem neoclássica se concentra em maximizar a eficácia e eficiência das organizações.
Para alcançar a eficácia e eficiência, as organizações neoclássicas buscam constantemente aprimorar seus processos e sistemas. Isso inclui a adoção de tecnologias avançadas e a implementação de práticas de gestão de processos de qualidade para reduzir desperdícios e aumentar a produtividade.
Descentralização e delegação de autoridade
A abordagem neoclássica reconhece que as organizações devem delegar autoridade e responsabilidade para permitir a tomada de decisões mais eficazes.
Isso é particularmente importante em organizações complexas e em constante evolução, que requerem decisões rápidas e precisas.
Além disso, a descentralização também permite que as organizações sejam mais ágeis na resposta a mudanças no ambiente de negócios. Ao descentralizar a tomada de decisões, as organizações podem se adaptar mais rapidamente às mudanças nas condições do mercado e aproveitar oportunidades emergentes.
A importância do planejamento e controle
A abordagem neoclássica tem muita ênfase no planejamento e controle como estratégia fundamental.
As organizações devem ter um plano claro e estruturado para atingir seus objetivos e metas, e esse plano deve ser bem monitorado e avaliado continuamente.
Para garantir que o planejamento seja eficaz, as organizações neoclássicas investem em análises detalhadas do mercado e do ambiente de negócios.
Isso ajuda as organizações a identificar ameaças e oportunidades e a desenvolver estratégias que maximizem suas chances de sucesso.
Teorias e Modelos Neoclássicos
Há duas principais teorias e modelos neoclássicos que são especialmente relevantes. São elas a Teoria da Burocracia de Max Weber e a Teoria Geral dos Sistemas de Ludwig von Bertalanffy.
Teoria da Burocracia de Max Weber
A teoria da burocracia de Max Weber propõe que as organizações devem ter uma estrutura hierárquica clara, de modo que as pessoas sempre saibam exatamente o que se espera delas.
Além disso, sugere que as organizações devem ser gerenciadas de forma racional, com base em regras, normas e procedimentos bem estabelecidos.
Essa teoria foi desenvolvida no início do século XX, quando a industrialização estava em pleno andamento.
Naquela época, as empresas estavam crescendo rapidamente e precisavam de uma estrutura organizacional clara para manter tudo funcionando de forma eficiente.
A teoria da burocracia de Weber foi uma resposta a essa necessidade.
Uma das principais características da burocracia é a divisão do trabalho.
Cada funcionário tem uma função específica e bem definida, o que ajuda a evitar conflitos e aumentar a eficiência.
Além disso, a burocracia é baseada em regras e procedimentos bem definidos, o que ajuda a garantir que as decisões sejam tomadas de forma objetiva e imparcial.
Porém, a burocracia também tem suas desvantagens. Como cada funcionário tem uma função específica, pode haver uma falta de flexibilidade na tomada de decisões.
Além disso, a burocracia pode levar a uma cultura organizacional rígida e inflexível.
Teoria Geral dos Sistemas de Ludwig von Bertalanffy
A Teoria Geral dos Sistemas, de von Bertalanffy, propõe que todos os sistemas sejam compostos de partes interdependentes que funcionam juntas, tornando as ações do todo mais do que a soma de suas partes individuais.
Uma vez que todas as partes de uma organização estão interligadas, é importante entender como as mudanças em uma parte podem afetar todo o sistema.
Essa teoria foi desenvolvida na década de 1950, em um momento em que a ciência estava começando a entender a complexidade dos sistemas naturais. Von Bertalanffy acreditava que essa mesma complexidade poderia ser aplicada a sistemas artificiais, como as organizações.
Uma das principais ideias da Teoria Geral dos Sistemas é que os sistemas são abertos, o que significa que eles interagem com o ambiente ao seu redor. Isso pode levar a mudanças no sistema, tanto positivas quanto negativas.
Por exemplo, uma mudança no mercado pode afetar a forma como uma empresa opera.
Outra ideia importante da teoria é que os sistemas têm uma hierarquia de níveis. Por exemplo, uma organização pode ser vista como um sistema composto de vários subsistemas, como o departamento de vendas, o departamento de recursos humanos e o departamento financeiro.
Cada subsistema tem sua própria hierarquia interna, mas todos estão interligados e trabalham juntos para alcançar os objetivos da organização como um todo.
Em resumo, a Teoria Geral dos Sistemas de von Bertalanffy é uma abordagem holística para entender as organizações.
Ela reconhece que as organizações são sistemas complexos, compostos de partes interdependentes que funcionam juntas.
Ao entender como essas partes se relacionam, é possível tomar decisões mais informadas e eficazes para a organização como um todo.
Principais Autores e suas Contribuições
Existem muitos autores que contribuíram para a abordagem neoclássica, incluindo Peter Drucker, Herbert Simon e Douglas McGregor.
Peter Drucker e a Administração por Objetivos
Peter Drucker é considerado um dos pensadores mais importantes da administração empresarial moderna.
Ele é conhecido por ter desenvolvido a Administração por Objetivos (APO), que propõe que cada funcionário defina suas próprias metas e objetivos em consonância com os objetivos maiores da organização.
Herbert Simon e a tomada de decisão
Herbert Simon, por sua vez, enfatizou a importância da tomada de decisão bem-sucedida nas organizações.
Ele propôs a visão do homem administrativo, que se concentra nas ações e decisões de indivíduos no nível administrativo e em como elas afetam as organizações como um todo.
Douglas McGregor e a Teoria X e Y
A teoria X e Y de McGregor propõe que os gerentes têm duas visões diferentes dos funcionários. A teoria X sustenta que os trabalhadores são preguiçosos e precisam ser coagidos a trabalhar, enquanto a teoria Y propõe que os trabalhadores são motivados e devem ser encorajados a trabalhar.
Esta teoria destaca a importância da liderança e do gerenciamento eficazes no bem-estar e desempenho dos funcionários.
Conclusão
Em conclusão, a abordagem neoclássica da administração é uma das abordagens mais influentes e relevantes na gestão empresarial de hoje.
Suas principais características incluem ênfase na eficiência e eficácia, descentralização e delegação de autoridade e a importância do planejamento e do controle.
Os autores mais importantes da abordagem são Peter Drucker, Herbert Simon e Douglas McGregor, cada um deles acrescentando uma contribuição única para a gestão empresarial.
Hoje, a abordagem neoclássica continua a ser uma das teorias mais estudadas, influenciando muitos aspectos da prática gerencial em todo o mundo.